segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ócio

São muitos textos começados, e quase todos inacabados. São diversas ideias que surgem por lampejos...putz geniais, cara!Começar a escrever, finalmente! Vários assuntos legais, músicas com letras que falam da cultura local/regional/nacional, desenrolar da situação política, falta de educação das pessoas que teimam em jogar lixo na rua, o balanço do ano de 2012, a reviravolta de se concluir um curso na universidade já querendo estar de volta através um mestrado. Leituras fúteis, coisas bestas que se encontram pela internet, culpa ao começar a ler livros ao invés de se estar estudando, aturar preconceito de gente de mente fechada e que não ouve/respeita a opinião alheia. E o pior de tudo: não conseguir se colocar por falta de inspiração, por sentir esgotamento mental e vergonha de tudo o que a mente produz. Começar a escrever e voltar, várias vezes, por vergonha do que se está escrevendo. Cabe muita coisa dentro de um ócio.

domingo, 7 de outubro de 2012

Trabalhar nas eleições até que foi suportável pra uma iniciante. Claro que qualquer um se cansa das famosas frases: "Bom dia" ou "Boa tarde", "Documento com foto, por favor?", "Pode votar, senhor(a)", "Não, senhor(a), não pode votar com criança", "Por nada", "O senhor assina aqui por favor?", "Não, senhor, com criança não", "Aí não senhor, aqui", "Não, essa não é a sua sessão senhora", "É, primeiro vereador, depois prefeito","Zero não. Aperta o botão branco e depois confirma", "E porque  não deixou a criança com a mãe senhor?".Conseguir dar umas risadinhas com o pessoal gente boa da sessão que trabalhei, aprender como é o processo de eleição; ficar correndo dentro da sessão quando está vazia porque não se aguenta ficar sentada o tempo inteiro;agradecer aos céus por ter levado um livro, grande remédio amigo anti-tédio.
E ver o pessoal com idade avançada indo votar, mesmo quando não é obrigatório. Gente que nem sabe escrever ou treme bastante ao escrever o próprio nome, demonstrando que não abrem mão de seu direito.
Apesar de muitos acreditarem que seu voto não tem poder, o que parece verdade na prática, acho que nunca deixa de ser bom ter a sensação de ter feito sua parte.
É..afinal Eduardo, digo, Geraldo foi eleito. E eu, sinceramente, espero que não decepcione quem acreditou nele e faça um bom trabalho.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Aquelas manhãs

Aquelas manhãs em que o sol ainda não nasceu, e não se sabe se vai aparecer por causa de algumas densas nuvens...
Quando se põe roupa e tênis e sai andando pelas ruas até o local favorito de se caminhar. Todos os dias, o mesmo caminho transforma-se em outro: incrível como uma torrente de pensamentos modifica o espaço externo.Daí sente os primeiros raios de sol sobre esta pele branca sem vida.... Escutar a mistura de sons, entre pássaros, cachorros, pessoas e carros passando em volta. Perceber a paisagem, com pinceladas de árvores e plantas mais baixas, sendo abraçadas por prédios e casas . E quando os pensamentos começam a pender para o que se entristece, o sol começa a diminuir e o tempo começa a fechar. Caminhando insistentemente....
E o sol de repente volta.... mas a chuva veio junto também.... Pessoas correm para se abrigar da chuva, outras abrem sombrinhas para não se molhar. Aí o passo diminui, a sensação úmida se intensifica e os óculos ficam quase embaçados. Ao parar embaixo de uma árvore, os óculos saem do rosto, e os olhos se fecham como numa prece. Limpeza da alma. E os olhares que se voltam para a única pessoa que não fugiu da chuva?Até comentários engraçados como "Acho sexy mulher que não tem medo de chuva". Não faz mal.... parar de sentir medo.... do que se faz bem....
E sai caminhando com um sorriso frouxo de quem enxerga a vida com mais leveza.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mafalda Brasileira

Ultimamente tenho pensado muito em meu blog. Pensando em quanto ele poderia me ser útil em momentos extremos em que preciso desabafar e não suporto pensar que teria que alugar alguém para isso. Mas ao mesmo tempo fico desapontada com o nome que escolhi pra este blog, chamado Mafalda Brasileira. Quer dizer: quem eu estou pensando que sou? Eu não tenho tido tempo de ler jornais, se me perguntarem como está a situação política de meu país direi que está uma merda (o que talvez não seja mentira), mas sem convicção, se me perguntarem de algum conflito entre árabes e israelenses ficarei aos prantos. Totalmente desinformada, e frustrada com isso.Então porque me meti a chamar este blog de Mafalda?É óbvio que me preocupo com os problemas do mundo, gosto de criticar o que eu acho errado, e admiro muito as pessoas que fazem isto. Eu quero ser assim. Mas existem pessoas que vivem falando merda sem ter, ao menos, munição pra fazer isso: falam e nem ao menos sabem o porquê. E é aí que minha angústia se inicia.
 Tenho prova de Microbiologia próxima semana e tenho que agilizar o meu TCC, mas eu não consegui fazer nada, só pensando em quanto estou mal-informada. Desci e fui comprar um jornal, tamanha agonia que sentia. Fui à banca de revistas, onde eu tinha olhado uma "revista fútil" que é como gosto de chamá-las para meu pai. E gastei R$1,50 no meu material. Fui comprar pão e voltei pra casa feliz. Com sede de informação.
Claro que ao abrir o jornal me deparo com matérias interessantíssimas, como o fato da vinda de Paul McCartney ao Recife para dois shows, Chico Buarque e o comentadíssimo Abril pro Rock que eu sempre quis ir, estão movimentando a economia do Recife: só com turistas, espera-se mais de R$20 milhões de reais. Aí eu vou folheando, saboreando as notícias, como essa briguinha patética intrapartidária de João da Costa e Maurício Rands, quando deviam estar se preocupando com a situação da cidade. Das reformas na orla do Janga, a diminuição da taxa Selic, notícias policiais horrendas, e enfim...não dá pra listar tudo, até porque não acabei de ler este bendito jornal...
O que quero dizer é que, a Mafalda que eu quis mostrar nesse blog simplesmente não existe.Ou pelo menos ainda. Cadê aquela menina, com sentimentos humanista, humor ácido, que critica o modo como o mundo vem sendo organizado? A vontade não falta, motivos existem vários, basta eu voltar ao meu jornalzinho, fechar os olhos e abrir uma página aleatória. Mas o talento não aflora. Não dá pra forçar. Li um pequeno texto de uma pessoa hoje, falando sobre a diferença da geração Facebook e dos movimentos estudantis vivenciados por nossos pais e avós. E lembrei de como eu gostaria de ter vivido esta época. Várias vezes comentei com meu pai o quanto a minha geração precisa de ideais. O quanto de coisas a gente tem pra lutar e todo mundo sentado em frente a um computador, compatilhando fotos com frases de efeito no facebook. Perguntei à minha mãe se ela já havia participado de algum movimento estudantil, e ela respondeu: -Nunca!Deus me livre!E espero que você nunca venha a participar. Pô mãe...eu já me sinto de mãos atadas por não ter feito merda nenhuma pra contribuir com meu país, e vem você com essa? Aí me pergunto...será que esses movimentos voltam?Será que esta geração de hoje vai ter raça pra levantar a bunda da cadeira pra ir lutar por um país melhor?Será que você, Mafalda Brasileira, tem peito pra isso?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Intensidade

É excitante. Fascinate, intrigante e com muita sensualidade. Vagarosamente, como num leve roçar na nuca. Os olhos já estão fechados. Um sorriso fraco brota dos lábios umidecidos por uma língua macia. Toda a descarga elétrica, percorrendo demoradamente cada poro do corpo, soltando minúsculas faíscas em suas extremidades. O quadril está se movendo, e não importa sua velocidade: possui vida própria, pois o cérebro não domina mais nada. Os braços estão para o alto, acompanhando o ritmo do quadril. E toda a sensação, pulsação e alucinação se encerram ao final da música.

Ideias

Jorram. Se fossem sólidas fariam barulho de, não sei, zilhões de decibéis. Se não forem externadas, de alguma maneira, doem. Em cada pequeno pedaço de cérebro, em cada fio de cabelo, cada célula epidérmica, sanguínia ou óssea; em cada próton dos átomos que constituem tudo o que existe. Céus...como doem. São facas invisíveis, a perfurar, lentamente, cada orifício desta mente. É impossível detê-las. Não posso, de maneira alguma, impedi-las de sair. E após ser bruscamente interrompida, não escreverei mais nada.

Já era

A merda já foi feita e não adianta choramingar. Mas não: ainda há uma chance remota nisso tudo. Calar-me o mais profundamente que puder e jamais permitir-me ser quem não sou. No momento em que mais precisei ser eu, fui embalada pela emoção e me deixei embriagar por sucessos alheios passados. Talvez este sentimento de dor seja infantil, mas irei me calar até que algum passo seja dado. Se é que isto, um dia, irá andar. Agora resta escolher o tipo de material que irei contruir a concha, na qual irei morar, até que isto não passe de uma mera lembrança. Espero que eu tenha aprendido que ser alguém que não o próprio EU não vale a pena. Be yourself. And just do it.